A pessoa por detrás do Coveiro nada mais é do que um cara que vive sonhando com idéias, mas infelizmente têm poucas oportunidades de fazê-las acontecer. Uma das maneiras de driblar as adversidades e espalhar tudo o que ele quer surgiu com as facilidades da internet. Com esse meio que cada vez mais se torna popular, a pessoa por detrás do Coveiro pode alcançar muita gente, mostrar suas idéias, divulgar seus escritos, fazer rir e, enfim, fazer do personagem a pessoa.
Tudo começou em Novembro de 1999. Antes disso, tudo o que eu poderia considerar produção intelectual própria, permanecia ignorado por todos os demais, restrito apenas ao meu velho e companheiro senso crítico e perfeccionista. Qualquer rascunho de desenhos, personagens criados, textos aspirantes a poemas e contos e afins deixei se perder na estante e baú de meu quarto no apartamento que morei por quase toda a minha infância e adolescência.
O que veio a virar minha história pessoal começou no fatídico dia 19 do penúltimo mês do ano, quando surgiu pela primeira vez o Coveiro, o gato e a primeira página de internet.
A página chamava-se "Paranigma", uma mescla de duas palavras igualmente misteriosas, que tinha como principal cerne reunir os mais estranhos e inexplicáveis contos de paranormalidade que eu, meus amigos e os poucos leitores da época presenciaram ou ouviram falar. Todo caso acabava ganhando dois ou três quadrinhos com desenhos amadores meus, que parcamente espelhavam o clima tenebroso que a história deveria ter. A página chegou a se sustentar brevemente por um ano, num mundo virtual ainda pouco povoado e onde a maioria das pessoas se comunicavam por mIRC, mas serviu para sedimentar meu interesse em mostrar um pouco do que era capaz para todos os demais.
Foi perambulando por essa página que pela primeira vez o gato apareceu. Inicialmente sequer com um nome próprio, o gato era uma figura reclusa aos cantos da página, mas que logo foi ganhando seu espaço. E em dado momento, quando pensei em criar um personagem "caçador de paranigmas" e montar um tipo de HQ virtual, certamente não poderia imaginar outro mascote que combinasse mais com a situação do que o bichano e assim o batizei como Ébano. Com o fim da "Paranigma", a idéia da série também se foi, mas como todos puderam notar, o gato foi mais forte e prevaleceu até hoje.
Quanto ao uso da palavra "Coveiro", existem muitas histórias que com o tempo se tornaram antigas, e de tão antigas algumas se tornaram lendas. Alguns textos sobre Coveiros interessantes são encontrados em obras de poetas e escritores. Muitos deles vocês podem encontrar também em minhas outras páginas. Todavia, talvez, a origem do Coveiro não esteja muito distante de nosso dia-a-dia. Dizem, as más línguas, que meu apelido originou-se de uma história popular...
Coveiro, CX, Xis, Sérgio, são vários os nomes que acabei ganhando neste mundo enquanto espalhava as minhas pequenas histórias nessas andanças nos últimos anos. Todas elas certamente levam um pouco de mim consigo, sejam em experiências ou emoções. Nas brincadeiras com o gato e a coruja, não é nem um pouco diferente. Para aqueles que me conhecem um pouco pessoalmente, não é difícil encontrar um pouco de Ébano e Vigia em mim. E talvez, o mais curioso para cada um aqui que começar a ler as inúmeras piadas desses animais seja encontrar essas partes deles em mim e as minhas neles.
Bom, aos poucos, certamente vou contar mais sobre o Criador, a pessoa por trás do Coveiro, ao longo dos próximos meses, entre uma tirinha ou outra. Afinal, o segredo de um bom contador de histórias é sempre deixar algo mais para um outro dia e assim vai ser. E enquanto isso, espero que estejam se divertindo tanto quanto eu ao acompanhar as trapalhadas do gato e seus amigos.
Escrito pelo Coveiro, no dia 19 de Novembro de 2005, adaptado para o novo site.